quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Mudança requer adaptação!

A “Crise de Abstinência” é uma autodefesa do organismo. É a fase fundamental que todos os indivíduos que estabelecem mudanças em suas vidas precisam passar.
Toda mudança requer adaptação, e isto exige tempo para a reorganização mental e física, para que não se despenque no vazio de si mesmo.
Ao deixar rotinas e hábitos para trás eu estabeleço pontos de vacuidade no meu ser e, se não estiver atento, qualquer coisa preencherá esta vacuidade. Inclusive os velhos hábitos ou rotinas, tentarão se acomodar dentro do meu vazio deixado.
A crise de abstinência é um recurso do conjunto alertando a falta de algo, quer seja bom ou ruim.
Ainda que, comumente, a palavra “abstinência” tenha uma conotação pejorativa, até mais usada para vícios maléficos, como o álcool ou drogas, o fato é que nos viciamos em tudo nesta existência.
Viciamos em afeto, em dinheiro, em comidas, em tristezas, em sorrisos, etc.....
Tudo aquilo que acontece de forma freqüente e periódica em nossa vida, e não conseguimos frear estas ocorrências, pode ser entendido como um vício, codependência.
E, todas às vezes, que eu teto frear ou mudar os rumos, para que esta codependência seja rompida, eu precisarei de um período de readaptação na mente e no ser físico, porque eu estabeleci uma certa vacuidade na minha vida, e esta vacuidade deve ser compreendida como “vazio”. E como nosso ser não foi preparado para compreender  este “vazio”, ele instintivamente busca o preenchimento automático, ainda que seja voltando aos velhos padrões e hábitos.
Esta situação é válida desde um simples café matinal até uma determinada emoção e comportamento, até o uso de drogas ou conflitos afetivos.
Todas as situações que não conseguimos mudar estão estabelecidas no vício.
Para mudar o vício é preciso preencher a vacuidade primeiro, porque depois que o “vazio” se estabelecer, não sentirei desespero ou medo, pois saberei a importância e o valor deste vazio e saberei apreciá-lo.
Na crise de abstinência devo persistir, pois o que seguirá será um grande vazio, e neste vazio poderei colher a paz.
Depois do vazio, estarei preenchido de mim e não de vícios e medos. Não há o que temer no vazio, e sim o que vem antes do vazio.
O que vem antes do vazio é o terror, a autodefesa para a desistência, mas a persistência, vence o medo, fura as trevas e inunda de vazio aquilo que é cheio de ilusão. E a ilusão nada mais é do que outro abismo de nada. Só que aqui cheio de mentiras e tormentos, e ali cheio de vida e paz.

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