sexta-feira, 29 de julho de 2011

O Maior Mergulho de todos!

Uma pessoa está à beira de um precipício, prestes a dar um mergulho. Respira fundo, pensa:
_ Agora não vou voltar atrás, devo pular! Dane-se!
E pula!
No maior mergulho que poderia alguém dar na sua vida...

Às vezes, a única coisa a fazer, em nossa vida, é pular e fazer o maior mergulho de todos. Depende de nós esta decisão, mas, às vezes, é a única coisa que precisa a ser feita, em nossa vida, para uma transformação profunda e verdadeira.
Quando se chega ao ponto de mergulhar para o precipício é porquê o vazio interior já está pedindo esta entrega do Eu.
Mesmo que a vida esteja repleta de contextos e afazeres, o que são coisas ilusórias, o Eu está vazio de si e precisa de um mergulho mortal para o vazio da queda.
Esta é uma analogia com o “salto mortal” em si, não deve ser interpretada em nível do corpo, porque o corpo é apenas um veículo e muito sugestionado pelo ego. O salto real, verdadeiro e transformador é quando mergulhamos para dentro de nós.
Dado o medo que temos, o enfrentamos no desespero e mergulhamos no vazio que está instalado na mente, mas que é preenchido de ilusões tantas.
Nosso ego nos preenche de ilusões, até ilusões de que estamos nos tornando mais espiritualizados, e se nos convencemos disto (e isto faz parte da estratégia de autodefesa do ego) fatalmente seremos derrubados, em algum momento, e até poderemos pensar que fracassamos no mergulho.
Mas isto foi só um gesto egoíco de auto-preservação, e deve ser transcendido imediatamente, para sairmos da zona de conforto da auto-piedade, ou da angústia, o que nos poderá levar a um processo de depressão maior do que antes.
Cair e levantar, faz parte do jogo, não podemos nos esquecer disto, nunca, porque senão, ficaremos estatelados no chão, conformados e satisfeitos com os limites do ego.
Por isto o “maior mergulho de todos” é este que nos despenca para dentro de nós mesmos, de uma forma que não podemos ver o fim da queda, mas que também já não importa mais isto, pois já estamos no desapego de tudo.
O que nos condena é a vergonha da queda, porque nos julgamos prepotentes, mesmo sabendo que não, e aí é que vemos pessoas a fazerem a viagem sem volta do corpo físico.
Na verdade elas já haviam se confrontado no vazio de si, mas optaram  pela morte física, por estarem tomadas de tanto pavor e medo.
Foi uma escolha! E deve ser respeitada e compadecida por nós.
Mas ela poderia Ter mergulhado em si mesma.
Seria uma escolha pela vida em si mesma!

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